O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse hoje (28) em São Paulo que a pauta trabalhista, incluindo o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e o combate a precarização, cobrada pelo movimento sindical nos períodos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, depende do Congresso Nacional. "Temos uma pauta trabalhista que não anda e não vai andar. Não depende do ministro ou da presidenta, mas do Legislativo", afirmou. "Os trabalhadores têm que votar em candidatos da classe trabalhadora, em suas categorias, para que essas pautas andem."

Dias criticou a falta de ação do Congresso e a criminalização da política. "O Congresso não legisla e o Judiciário vem legislando em seu lugar", ressaltou. Ele afirmou "não interessar" ao país a identificação generalizada dos políticos com a corrupção.

Segundo Manoel Dias, o grande desafio do movimento sindical e dos trabalhadores na atualidade é a educação e a preparação para as novas tecnologias. O ministro participou pela manhã do Seminário Internacional "Sindicalismo Contemporâneo - Uma Nova Visão para o Movimento Sindical Brasileiro", realizado em São Paulo pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O ministro do Trabalho defendeu a política do governo, dizendo que o país passa por um momento de "pleno emprego". Ele destacou o fato de que os salários, de modo geral, e o salário mínimo, em particular, têm tido reajustes acima da inflação desde o período do ex-presidente Lula. Dias disse, ainda, que tem sido procurado por interlocutores internacionais de governos de outros países para explicar a política macroeconômica brasileira. "Um membro do governo japonês me procurou porque queria saber como o país consegue criar emprego em meio a um cenário internacional recessivo”, contou.

Um dos principais temas debatidos no evento foi o papel que os sindicatos devem exercer hoje e como enfrentar a terceirização e a precarização do trabalho. Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, a atuação dos sindicatos precisa encarar novos desafios. "O papel do sindicalismo começa a se ampliar, buscando a inclusão social e a formulação de políticas públicas que vão ao encontro das necessidades do trabalhador em saúde e educação, por exemplo.”

Fonte: Rede Brasil Atual, 29 de abril de 2014.