Iniciada ontem (15), a greve dos trabalhadores da BR Distribuidora alcançou nesta terça-feira (16) a adesão em dez estados do país: Rio de janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Minas Gerais, Amazonas e Rio Grande do Sul. Os trabalhadores são contrários às intenções da atual direção da Petrobras de vender 51% das ações da subsidiária.

“Uma coisa inédita nesta paralisação é que os administrativos das sedes e subsedes da empresa estão engajados, algo que não se via há muito tempo. O pessoal parece que entendeu que precisamos lutar contra a privatização e a greve chama a atenção”, declarou Ligia Arneiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados do Estado do Rio de Janeiro (Sitramico-RJ).

A BR é a maior e mais rentável distribuidora de combustíveis do país, responsável por colocar todos os produtos da Petrobras no mercado, inclusive em locais distantes e de difícil acesso. Segundo Ligia, a privatização da empresa pode colocar em risco a soberania do país. “A BR distribui combustível para as Forças Armadas. Imagina deixar essa tarefa para uma empresa privada, talvez estrangeira?”, questiona.

Em Duque de Caixas, no Rio de Janeiro, a presidente do Sitramico-RJ conta que o gerente da unidade local não quis negociar com os grevistas a liberação do mínimo de 30% de trabalhadores, conforme determina a legislação, e chamou a polícia para reprimir o movimento. Por isso, para garantir o direito de greve dos trabalhadores da BR Distribuidora, o sindicato do Rio de Janeiro protocolou hoje (16) uma ação no Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ligia Arneiro acredita que a greve vai continuar nesta quarta-feira e deve prosseguir, no mínimo, até a próxima sexta-feira (19).

Fonte: Rede Brasil Atual, 17 de agosto de 2016.