O INSS e a PGF (ProcuradoriaGeral Federal) publicaram, no "Diário Oficial da União", portaria conjunta que autoriza o órgão a cancelar a aposentadoria por invalidez ou o auxíliodoença concedido judicialmente se constatar a ausência de incapacidade para o trabalho nas perícias do pentefino. O corte pode ser feito sem que a Justiça seja comunicada. Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento Social havia informado que, nos casos em que ainda não houve o trânsito em julgado, ou seja, quando a ação ainda não terminou,a decisão de corte deveria ser enviada para avaliação do juiz do caso. Porém, a portaria abre brecha para que qualquer benefício concedido judicialmente, mesmo que ainda esteja em tramitação, possa ser cancelado sem que a Justiça precise ser avisada, avalia o advogado Roberto de Carvalho Santos. O INSS confirmou na terçafeira que irá cancelar os benefícios por incapacidade concedidos na Justiça mesmo nos casos em que não houve o trânsito em julgado. O corte será feito se o órgão considerar, na perícia, que o segurado não está mais incapaz e pode voltar ao trabalho. É o caso, por exemplo, do segurado que consegue começar a receber o benefício por meio de uma tutela antecipada. Para o órgão, a medida garante igualdade no tratamento dos benefícios independentemente de sua origem, judicial ou administrativa.
Na mira do governo
>> Pentefino deve começar em setembro Há duas situações:
1 Se a ação judicial que garantiu a aposentadoria por invalidez ou o auxíliodoença já terminou essa etapa é chamada de trânsito em julgado Como será o corte! Os benefícios poderão ser cancelados administrativamente
2 Se o processo ainda não acabou a ação judicial ainda está em andamento e ainda não ocorreu o trânsito em julgado
Como será o corte! a revisão será feita pelo perito do INSS e o resultado será anexado ao processo para a avaliação do juiz
>> O Estado de São Paulo tem a maioria dos benefícios que passarão pelo pentefino do INSS 22,2% dos benefícios que serão revisados estão em São Paulo 379,1 mil benefícios por invalidez são pagos há mais de dois anos em São Paulo. Esses auxílios e aposentadorias entrarão no pentefino do INSS
>> Quantos benefícios por invalidez o governo vai revisar no país
530.157 auxíliosdoença que são pagos há mais de dois anos 1.181.442 aposentadorias por invalidez de segurados que têm menos de 60 anos No total, o INSS vai convocar 1.711.599 benefícios por incapacidade pagos há mais de dois anos
>> Quem será chamado primeiro?
Auxíliodoença
1 Os beneficiários que recebem auxílios concedidos judicialmente e sem data para acabar
2 Quem recebe benefícios mais antigos
3 Depois, os segurados mais jovens, que recebem auxíliodoença
Aposentadoria por invalidez
1 Aposentados por invalidez mais jovens
2 Depois, os que recebem o benefício há mais tempo
Maiores de 60 anos
1,938 milhão de aposentados por invalidez com mais de 60 anos não serão convocados
Eles não precisam fazer a perícia, conforme mandaalei 13.063, de 2014
A lei não se aplica aos idosos que recebem auxíliodoença, que serão chamados
>> Veja o que fazer
1 Vá à perícia O comparecimento pode evitar a suspensão do benefício
2 Prepare os exames É importante ter exames e laudos recentes que comprovam a incapacidade
3 Benefício suspenso Se o benefício for suspenso por falta de perícia, apresente um recurso no posto do INSS
4 Atrasados Se for provado que a suspensão da renda foi um erro, o segurado voltará a receber o benefício e terá os atrasados corrigidos
5 Justiça Se a tentativa de restabelecer o benefício no posto não deu certo, é hora de consultar um advogado e procurar a Justiça
>> Documentos importantes para levar ao INSS
Receitas de medicamentos
Não são obrigatórias, mas reforçam que o paciente está em tratamento
Exames
Devem ser levados todos os exames que foram solicitados pelo médico do paciente para fazer o diagnóstico da doença
O ideal é apresentar também o laudo do técnico; esse documento acompanha o exame
O laudo facilita a compreensão das imagens e dos gráficos
Relatório do médico
No relatório em que descreve a doença, o médico deve ser o mais claro e específico possível
Segundo especialistas, o relatório deve conter o número da CID (Classificação Internacional de Doença)
Além disso, é preciso informar se a incapacidade é temporária ou definitiva Outra dica é que o profissional descreva a medicação utilizada e os efeitos colaterais.
Fonte: Folha S.Paulo, 24 de agosto de 2016.