Encontrar um psicopata no ambiente de trabalho não é algo tão incomum. Uma pesquisa da Universidade British Columbia diz que até 16% dos diretores executivos das empresas (CEOs) têm traços de pscicopatia.
Se você já conviveu com alguém que mente o tempo todo, manipula as pessoas ao redor e age totalmente sem escrúpulos para alcançar objetivos próprios, provalmente esteve diante de um psicopata.
"Geralmente, associa-se a imagem do psicopata a um assassino ou pessoa socialmente perigosa, mas é um traço de personalidade que pode estar presente em um indivíduo que consegue exercer alto controle de seus impulsos agressivos sem expressar comportamentos antissociais clássicos", afirma Rubens Luis Folchini Fernandes, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein. Saiba como identificar um psicopata no mercado de trabalho
Para Luiz Fernando Garcia, CEO da Cogni-MGR, empresa especializada na modificação de comportamento de líderes, é fundamental inibir esse tipo de liderança que provoca níveis de coesão baixos e a desestruturação da empresa. “Um psicopata gera sempre altos custos: ele provoca superfaturamento e despesas adicionais, envolve pessoas e exige investimentos em recursos, gente e tempo para tirá-lo da organização”, afirma o especialista. Normalmente, o caminho natural é o desligamento do profissional, o que deve ser feito de forma cuidadosa e rápida, para evitar ainda mais danos à organização.
Com a ajuda de Luiz Fernando Garcia, o G1 elaborou algumas dicas para saber como lidar com chefes psicopatas:
Busque apoio profissional – Quando possível, busque apoio especializado de profissionais de psicologia para ter a certeza que a pessoa em questão apresenta esse transtorno de personalidade. “Não há tratamento para a psicopatia”, comenta o CEO da Cogni. “Ao se confirmar a presença de um psicopata no grupo, é necessário realizar uma operação delicada, rápida e precisa, para reduzir ao máximo os danos que ele causou ou pode causar à organização. O desfecho será inevitavelmente o desligamento do colaborador.”
Rastreie o histórico do profissional – Busque elementos que comprovem o comportamento do profissional. Identifique conflitos que podem ter surgido com equipes e colegas. “Pessoas com esse transtorno posicionadas na alta gestão costumam favorecer o surgimento de situações complexas, gerar problemas administrativos inexistentes, apenas para se tornarem os salvadores da empresa”, conta Garcia.
Aperte o cerco – Ao identificar o problema, procure criar vínculos novos e sistemáticos, além de participar mais dos trabalhos conduzidos pelo profissional em análise. “É fundamental que o profissional não perceba que está sendo analisado, ou ele buscará rapidamente formas de envolver pessoas e alterar processos de forma a se defender”, comenta o CEO da Cogni.
Reforce a união da equipe - Quando o cerco apertar, é possível que o profissional decida-se por deixar a empresa espontaneamente. “Ter a equipe ao lado da empresa é fundamental”, comenta Luiz Fernando Garcia. “A postura do grupo será decisiva no sentido de administrar a questão da forma correta, evitando-se que os membros da equipe municiem inadvertidamente o psicopata com informações valiosas sobre o processo”, aconselha Garcia.
Fonte: G1, 21 de maio de 2014.