A cada dia vivido compreendo mais como o mercado de trabalho influencia minha vida pessoal. NÃO, CALMA. Não seria minha vida pessoal que influencia a vida profissional? Vocês as vezes tem essa dúvida?

Depois de muita leitura e reflexão concluo o óbvio: que ambas, vida pessoal e profissional, estão intrinsecamente interligadas, ainda mais para nós, jovens, que estamos entrando para o mercado - recém formados - e sentimos insegurança e medo relacionado a decisões que precisamos tomar. O mundo acadêmico nos fornece um mar de informações, na maioria das vezes precisas e fundamentadas cientificamente, porém existe uma deficiência no incentivo ao conhecimento das habilidades humanas. Ao entrarmos nas empresas, conseguindo nossos primeiros empregos, estamos lidando com um novo mundo, completamente diferente do vivido durante a faculdade.

Responsabilidade, comprometimento, cobranças, disputas de ego de um lado. Do outro, principalmente na área que almejo atuar, como planner, temos análises de dados, pesquisas, insights, testes, defesas, tudo para orientar tomadas de decisões, direcionar ações, campanhas, posicionamento, reposicionamento, branding, enfim... 

Caí em uma realidade que hoje parece ser mais complexa do que imaginei, mas não tão sofrível como algumas pessoas defendem. Sei que é uma meta profissional tangível!

Comecei a me interessar pelo planejamento quando entendi o motivo de serem chamados de ÁREA DE INTELIGENCIA. Todo o raciocínio exigido para atuar na função vai muito além de fundamentos e conceitos, se baseia em experiências, vivências e principalmente em uma capacidade entendimento de pessoas e dados muito intensa.

Em determinado momento comecei a analisar a minha própria vida pelo mesmo prisma, minha vida pessoal. As tomadas de decisões, sejam elas pequenas ações, como a roupa que você escolhe, ainda assim são decisões. Em um artigo, " Era digital: você sofre com fadiga de decisão? ", Martha Gabriel defende que quanto mais escolhas você precisa tomar no dia menos eficaz será para concluir as de maior relevância. As pequenas escolhas, como uma roupa, ou as grandes, como decidir que linha de raciocínio seguir em uma entrevista de emprego, vão ganhando cada vez mais importância já que terminam afetando o todo. Estar organizada, e estou falando de ter controle sobre si, controle sobre a própria vida - até onde é possível, controle sobre o emocional, harmonia e organização, apresenta-se como um caminho para tentar descobrir o que funciona e o que não funciona em sua vida pessoal e como isso se desdobra na vida profissional. E isso precisa acontecer, precisamos estar em constante evolução. 

E o que a frase de Sêneca tem a ver com isso? Que nós, por mais estudados e comprometidos que sejamos, temos medo. E isso faz com que nossa mente voe alto fazendo com que muitas vezes acabemos sofrendo por aquilo que ainda nem vivenciamos. Lidar com isso é algo que não se ensina na academia. Aprendemos do lado de fora com, tentativas e erros. Mas, até perder um pouco do medo de errar, de sentir mais segurança em si e aprender a não se policiar com auto-julgamentos desnecessários que nos paralisam, há um longo caminho a ser percorrido.

Esse longo caminho é que nos levará, quem sabe, as tão sonhadas posições de liderança, elas são alcançáveis, por mais que não pareçam agora. É preciso abrir mão do imediatismo tão comum à juventude, entender que a dinâmica do mercado não são como mensagens instantâneas do Whatsapp, que as coisas acontecem decorrentes de muito esforço e determinação. O sentimento então se mistura. Se são minhas conquistas - ou as vezes as faltas dela - que afetam minha vida pessoal ou é minha vida pessoal que me impede de realizá-las. O fato é que a faculdade, o mundo acadêmico, não nos prepara para enfrentar esse cenário. Aprendemos na marra. E esse é o tipo de coisa que é bom aprender logo.

Eu já comecei, amigos, e vocês?

Fonte: Linkedin, 21 de junho de 2017.