O reajuste do salário mínimo para R$ 724, em vigor desde o dia 1.º de janeiro, teve nesta temporada o segundo menor ganho real dos últimos doze anos, segundo nota técnica divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desde a última quarta-feira o mínimo nacional passou de R$ 678 para R$ 724, uma alta de 6,78%.

O índice corresponde à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, de 1,03%, e à variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimada em 5,54%. Descontada a inflação do período, o aumento real do salário mínimo em 2014 foi de 1,18%, maior apenas que em 2011, quando o ganho real foi de 0,37%, fruto de um reajuste de 6,86% e de uma inflação de 6,47%.

Desde 2007 há no país uma política de valorização do salário mínimo, válida até 2023. Pelo cálculo, soma-se a inflação do período entre as correções e o aumento real pela variação do PIB, além da antecipação da data-base de revisão.

O estudo do Dieese aponta ainda que, considerando a série histórica do salário mínimo e trazendo os valores médios anuais para reais de 1.º de janeiro de 2014, o valor de R$ 724 é o maior desde 1983, quando o mínimo era de R$ 723,77.

Cesta básica

A análise do Dieese realiza ainda uma comparação do mínimo com a cesta básica no país. Levando em consideração o valor mais alto da cesta em janeiro, estimada em R$ 325,26, o salário mínimo tem um poder de compra equivalente a 2,23 cestas básicas. A quantidade é a maior registrada nas médias anuais desde 1979.


Fonte: fetraconspar.org.br