No domingo, 25 de maio, foi o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte. Em Porto Velho foram realizadas ações de conscientização e manifestações por “menos impostos” no Brasil, que tem a segunda maior carga tributária entre os países da América Latina e uma das maiores do mundo. E “os trabalhadores são os mais prejudicados”, destaca o Sindicato dos Auditores Fiscais de Tributos Estaduais de Rondônia (Sindafisco). 

A Associação dos Jovens Empreendedores (AJE) organizou no Porto Velho Shopping uma exposição de produtos com suas respectivas cargas tributária. E muitos pais que passaram pelo local ficaram surpresos ao saber que pagaram quase 50% de impostos embutidos em produtos da lista escolar, como apontador, borracha e caneta. 

Outro fato que marcou o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte em Porto Velho se deu num posto de combustível, localizado na Avenida Rio Madeira com Avenida Rio de Janeiro. Com a intenção de mostrar à população quanto pagaria de gasolina sem a cobrança de impostos, o valor deste combustível caiu de R$ 3,13 para R$ 1,48. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) 53% do preço da gasolina representa tributos recolhidos pelos governos federal e estadual. 

O Sindafisco vem se manifestando todos os anos, nesta data, por menos impostos e mais transparências ao consumidor. Este sindicato representou Rondônia na Frente Parlamentar por um Sistema Tributário mais Justo, lançada no Congresso Nacional, e deve organizar ainda este ano um debate em Rondônia sobre o assunto. 
Os trabalhadores são os mais prejudicados 

“Infelizmente, a realidade é essa: no Brasil, são os trabalhadores, sobretudo os mais pobres, que mais sofrem com a carga tributária. E ainda não há um retorno suficiente, em relação a recursos para as necessidades básicas da população, principalmente nas áreas de educação e saúde”, destaca o presidente do Sindafisco, Adailton Lima. 

Adailton Lima ainda observa que o sistema tributário brasileiro é injusto quando permite que “os que ganham menos sofram mais”. “É o que os especialistas chamam de imposto regressivo, que atinge, sobretudo, os que ganham menos. É fácil explicar: o trabalhador que ganha de um a sete salários mínimos gasta tudo o que ganha em seu sustento: alimentação, vestuário, transporte, medicamentos... Não sobra nada para a poupança”, acrescenta o sindicalista. 

Os tributos sobre o consumo chegam a passar da metade do valor real da mercadoria ou serviço. Quando o trabalhador paga a sua conta de telefone, por exemplo, está pagando ICMS, PIS/PASEP, COFINS. “Os mais pobres sãos os mais prejudicados, pois, com as contas a pagar, com valores absurdos, não sobra dinheiro no bolso para fazer investimentos. Enquanto os mais ricos vivem numa outra situação”, finaliza o presidente do Sindafisco. 

Fonte: Tudo Rondonia, 27 de maio de 2014.