Alguma coisa vai ser mexida para aprovar reforma, diz Bolsonaro

 

Presidente, no entanto, preferiu não entrar em detalhes sobre possíveis mudanças

Leandro Colon

BRASÍLIA

presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (13) que aposta na aprovação da reforma da Previdência ainda no primeiro semestre, mesmo que seja com alterações à proposta inicial do governo.

"O objetivo é cortar privilégios. Alguma coisa vai ser mexida para aprovar. A boa reforma é a aprovada", afirmou.

Desta vez, o presidente, no entanto, preferiu não entrar em detalhes sobre possíveis mudanças. Recentemente, ele sugeriu mudar de 62 para 60 anos a idade mínima para aposentadoria de mulheres. A declaração causou mal-estar na equipe econômica, que resiste em ceder nas negociações no curto prazo.

Na opinião do presidente, a reforma sugerida pelo Planalto não pode sofrer a profundidade de alterações feitas na Argentina, por exemplo. "Não pode ser a reforma desidratada da Argentina. Senão, o Brasil terá um colapso em dois, três anos, assim como ficaram Grécia e Portugal", disse.

O presidente afirmou ainda estar conversando pessoalmente com os parlamentares e cobrou a aprovação da reforma na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara até o fim de março. A comissão deve ser instalada nesta quarta.

Nas palavras do presidente, o Congresso precisa estar "juntinho" do governo ao menos por um ano. "Vamos ver se está jogando juntinho daqui um mês na votação da admissibilidade na CCJ", disse.

Bolsonaro afirmou também acreditar que a reforma será aprovada nas duas Casas, Câmara e Senado, no primeiro semestre deste ano. Na avaliação dele, o cenário entre os senadores tende a ser mais favorável para as mudanças avançarem. 

As declarações do presidente foram dadas em um café da manhã com jornalistas. A Folha foi convidada. Participaram também do encontro Renata Lo Prete (TV Globo), Fernando Mitre (TV Bandeirantes), Mariana Godoy (Rede TV), Carlos Nascimento (SBT), Thiago Contrera (TV Record), Carlos di Franco (O Estado de S. Paulo), Fernando Rodrigues (Poder 360), Leonardo Cavalcanti (Correio Braziliense), Rufolgo Lago (Istoé), Paulo Enéias (Crítica Nacional) e Rui Fabiano.

Folha de S.Paulo