Pedidos de seguro-desemprego durante a pandemia somam 2,6 milhões
Somente no mês de junho foram registrados 653,2 mil pedidos, número 28,4% maior que no mesmo mês do ano passado.
Brasil vive drama do desemprego - Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (9) que foram registrados 653,2 mil pedidos de seguro-desemprego em junho. O número é 28,4% maior que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando houve 508,9 mil solicitações. Com os dados de junho, o número total de pedidos do benefício subiu para 2,59 milhões desde a segunda quinzena de março, quando a economia brasileira começou a sentir os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o ministério, os três estados com maior número de requerimentos de seguro-desemprego, no mês de junho, foram São Paulo (199.066), Minas Gerais (70.333) e Rio de Janeiro (52.163). Em relação aos setores econômicos, os pedidos de junho estão distribuídos entre serviços (41,7%), comércio (25,4%), indústria (18,7%), construção (10,1%) e agropecuária (4,1%).
Nos seis primeiros meses deste ano, foram contabilizados 3,9 milhões pedidos de seguro-desemprego. O número representa um aumento de 14,8% em comparação com o mesmo período de 2019 (3,4 milhões). A pandemia do coronavírus foi oficialmente declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março.
Crise global de empregos
Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na terça-feira (7), alerta que a pandemia de Covid-19 está se transformando em uma crise de empregos muito pior do que a crise de 2008. A organização estima que, mesmo no cenário mais otimista para a evolução da doença, a taxa de desemprego em toda a OCDE pode atingir 9,4% no quarto trimestre de 2020, superando todos os picos desde a Grande Depressão.
O estudo destaca ainda que mulheres, jovens e trabalhadores com baixos rendimentos estão sendo os mais atingidos. No Brasil, a taxa de desemprego passou de 11,6% para 12,9% no trimestre encerrado em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a real dimensão da crise está escondida em outros números.
Entre março e maio, por exemplo, o país perdeu quase 8 milhões de postos de trabalho, um recorde. Desse total, 74% ou quase 6 milhões são de trabalhadores informais – um dos grupos mais atingidos pela crise.
Fonte: G1