O saldo de empregos de maio, em Londrina, foi positivo em apenas 180 vagas. É o pior resultado para o mês em sete anos. Em maio de 2006, o saldo - diferença entre o número de contratações e o de demissões - havia sido negativo em 310 postos de trabalho. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Em números absolutos, seis cidades no Paraná criaram mais empregos que Londrina no mês passado: Curitiba (2.183), Maringá (581), Cascavel (513), Foz do Iguaçu (286), Pato Branco (285) e Francisco Beltrão (214).
O comércio e a agropecuária são os setores responsáveis pelo mau resultado na cidade. O primeiro apresentou um saldo negativo de 134 vagas e o segundo, também negativo, de 158 vagas. Já os serviços, com 259 vagas a mais, e a construção civil, com 206, ajudaram a manter o saldo geral positivo. A indústria da transformação criou somente cinco novos postos de trabalho.
No acumulado do ano, três cidades seguem à frente de Londrina. De janeiro a maio de 2014, a capital gerou 14.265 novos postos, Maringá criou 4.327, e Cascavel, 3.787. Em Londrina, o saldo positivo do Caged no ano é de 3.021 vagas. Ou seja, o mercado de trabalho maringaense cresceu 43% mais que o londrinense neste ano. E, o de Cascavel, 25% mais.
No acumulado, novamente o setor de serviços mantém o saldo positivo para Londrina. Os 2.397 empregos novos gerados no setor representam 79% do total de 3.021. A construção civil contribuiu com a abertura de 443 vagas de janeiro a maio – 15% do total. E a indústria de transformação gerou 119 (4%). Já o comércio fechou 57 postos.
Seguindo tendência dos últimos anos, ao contrário de Londrina, a indústria de transformação vem apresentando participação importante na expansão do mercado de trabalho em Maringá e Cascavel. De janeiro a maio, o setor respondeu por 1.135 vagas em Maringá, ou 26% do total. E a indústria de Cascavel foi responsável por 694 vagas, ou 18%.
Para o presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinati, o corte de 158 vagas no setor agropecuário, em maio, está relacionado com a entressafra. "Estamos num período intermediário e possivelmente o número do Caged tenha a ver com as demissões de trabalhadores temporários após a safra", afirma. Segundo ele, em julho, o mercado de trabalho deve começar a reaquecer no setor. E o ápice será nos meses de setembro e outubro. Mecanização e encargos trabalhistas, na opinião dele, também têm contribuído para as demissões no setor.
No comércio, segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Flávio Balan, maio deveria ter sido um mês de contratações devido ao Dia das Mães. "O Caged mostra que os temporários contratados pelas lojas devido àquela data comemorativa não foram efetivados", ressalta. Para o empresário, 2014 vem se mostrando um ano "economicamente morno", que pode terminar em crise. "Estamos num momento perigoso. Os consumidores estão segurando o máximo possível temendo uma crise após a Copa e as eleições", declara.
Fonte: Folha de Londrina, 25 de junho de 2014.