Não é apenas a pandemia: real foi moeda que mais desvalorizou em 2020
A desvalorização de moedas em razão das consequências econômicas previsíveis de uma pandemia é uma realidade. No entanto, o comportamento do real, cujo “novo normal” é acima de R$ 5, é influenciado também por fatores internos.
Em 2020, a moeda brasileira se desvalorizou 27,3%, a maior desvalorização entre as principais divisas do mundo. Nesta quarta-feira (19), influenciado por documento do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) com avaliação negativa sobre o Brasil, o dólar voltou a ter forte valorização sobre o real.
A moeda norte-americana teve alta de 1,16% e fechou em R$ 5,53, maior valor desde maio. O real teve o segundo pior desempenho do mundo no pregão, atrás apenas do escudo cabo-verdiano.
A desvalorização de moedas em razão das consequências econômicas previsíveis de uma pandemia é uma realidade. No entanto, o comportamento do real, cujo “novo normal” é acima de R$ 5, é influenciado também por fatores internos.
Nesta quarta, a ata de uma reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed – o documento que levou à disparada do dólar no último pregão – citou a desvalorização do real brasileiro em meio a “casos crescentes de coronavírus” e “turbulência política”. Mencionou ainda os cortes nas taxas de juros pelo Banco Central brasileiro.
Na ata da reunião, o Fed também levantou preocupações de que a recuperação econômica americana dos efeitos devastadores da pandemia enfrenta um caminho altamente incerto. Segundo o comitê, a rápida recuperação do emprego observada nos meses de maio e junho provavelmente desacelerou e uma “melhora substancial” adicional no mercado de trabalho dependeria de uma reabertura “ampla e sustentada” da atividade empresarial.
Com informações da Folha de S.Paulo e Reuters