Não são só os torcedores brasileiros que anseiam
pelo sucesso da seleção na Copa. A economia
também depende do entusiasmo gerado pelo êxito do
evento.
Economistas e governo consideram essa uma das
únicas formas de içar empresários e consumidores do
pessimismo e, assim, reacender a atividade
econômica.
Os dados de maio e junho já disponíveis mostram uma economia estagnada,
com risco de retração. E os próprios feriados da Copa ajudaram a reduzir as
vendas nas lojas e o trabalho nas fábricas.
Os sinais de fraqueza, entretanto, são anteriores ao início do Mundial.
A perspectiva de crescimento econômico em 2014, que no início do ano já
soava moderada pelos analistas (2%), reduziu-se para 1,1% na última semana.
E há quem preveja resultado ainda pior.
O derretimento do PIB está associado a dúvidas sobre o futuro, que minaram
a confiança e o investimento.
O primeiro baque foi a prometida mudança global, com a recuperação dos
EUA e a redução do crescimento da China. A combinação provocaria uma
revoada de investidores do Brasil e a alta do dólar. Se as tendências se
confirmam a cada nova informação, sobram dúvidas sobre quando os efeitos
recairão mais fortemente sobre o país.
No mercado doméstico, a seca fez subir o preço da energia e despertou o risco
de racionamento. A aceleração da inflação (que chegou a 6,3%) levou o Banco
Central a subir os juros e frear o crédito, e os efeitos disso ainda não foram
totalmente assimilados.
Para André Perfeito, da corretora Gradual, a notícia que pode surpreender
positivamente são as exportações, que cresceram 22,9% entre abril e junho,
em relação aos primeiros três meses do ano. A outra seria a vitória do Brasil na
Copa. 
Fonte: UOL, 07 de julho de 2014.