As trocas de e-mail foram apontadas pelos entrevistados da consultoria americana Lee Hecht Harrison como o segundo maior fator de distração e interrupção no trabalho. O presidente da Sociedade Latino-Americana de Coaching, Sulivan França, explica que esse item refere-se ao compartilhamento excessivo de e-mails que visa a solução de problemas dentro de um determinado setor. "Eu costumo brincar em minhas palestras que são e-mails que não têm pai. Há um problema a ser resolvido, mas ele é tão feio que em vez de alguém assumi-lo e procurar resolvê-lo, prefere compartilhar com os demais colegas. Ou seja, todo mundo está ciente, mas ninguém faz nada para resolver esse problema. Falta pró-atividade e é uma falha que está muito mais no gestor do que na equipe. É um sinal de que não há um papel claro nas funções da equipe", avalia. 

Em relação ao terceiro fator de incômodo mais apontado na pesquisa, os odores no ambiente de trabalho, Sulivan França aponta que a solução é uma só: fazer um feedback franco com o funcionário mal cheiroso. "É papel do gestor. Ele até sabe como fazer o feedback, mas não tem coragem. O problema é que nossa cultura mistura muito o pessoal com o profissional, o que torna o feedback menos assertivo", define.

Fonte: Folha de Londrina, 11 de agosto de 2014.