Com os avanços tecnológicos, as distâncias se encurtaram: hoje é possível acessar informações de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, e com as redes sociais as pessoas estão mais próximas virtualmente e distantes fisicamente. 

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no início deste ano o Brasil alcançou o número de 272,72 milhões de linhas ativas no país, o que representa quase duas linhas de telefone móvel por habitante. 
Há cerca de 20 anos, estudar ou realizar uma pesquisa simples para o colégio representava horas na biblioteca em busca da informação em pilhas de livros, mas hoje temos todas as informações nas palmas de nossas mãos e podemos encontrá-las com apenas uma palavra-chave. Mas será que estamos utilizando estes avanços a nosso favor? 

A tecnologia anda a passos largos e as facilidades são inúmeras, mas precisamos ponderar outros aspectos de nossas vidas. Somos convocados o tempo todo ao consumo de bens, serviços e informações, geramos conteúdos em nossas redes pessoais e nos acorrentamos a este mundo paralelo e as consequências são drásticas: viramos seres imediatistas e com uma péssima qualidade de vida. 

Sem perceber, praticamos atos contra nossa própria saúde rotineiramente: 

 Dormimos menos horas e com menos qualidade; 

 Não respeitamos nossos momentos. Exemplo: dormimos com o celular embaixo do travesseiro e a primeira ação do dia é checar mensagens e e-mails; 

 Alimentamos uma vida virtual e esquecemos que ainda existe a real; 

 Não conseguimos mais valorizar e aproveitar momentos simples (e reais); 

 Não batemos papo como antigamente. 

A tecnologia é importante sim, mas precisamos ter domínio sobre ela e não o inverso. Para isso, vamos parar e respirar, organizar nossos pensamentos, nossos objetivos e preencher o vazio que existe dentro do peito com uma amizade divertida, um amor carinhoso, uma visita aos pais ou até mesmo um papo rápido com o cara que está esperando o ônibus ao seu lado no ponto. Vamos nos preencher de momentos reais, de amores, de risadas, de frustrações e aprendizados. 

Pode parecer clichê, mas a beleza e a felicidade estão nas coisas simples que deixamos passar diariamente diante de nossos olhos, por estarmos ocupados demais com um mundo paralelo cheio de links. 

 

Fonte: Bonde, 12 de agosto de 2014.