O Brasil registrou a criação de 101,4 mil vagas de trabalho com carteira assinada no mês de agosto. No acumulado do ano, houve a criação líquida de 751.456 empregos formais contra 1,1 milhão no mesmo período do ano passado. O resultado de agosto ficou 37,5% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 162.160 postos pela série ajustada. Os dados fazem parte da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Já pela série sem ajuste, houve queda de 20,54% na comparação com agosto de 2013, quando o volume de vagas criadas foi de 127.648. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
O setor de serviços puxou grande parte da criação de vagas no mês com 71,3 mil postos. O comércio veio em seguida, responsável por 40,6 mil novos postos no mês. Em agosto, a indústria de transformação fechou vagas pelo quinto mês consecutivo. Houve, uma redução de 4,1 mil postos nesse segmento no mês passado.
No País, o crescimento do nível de emprego (saldo de agosto em relação ao estoque total de trabalhadores com carteira assinada até julho) foi de 0,25%. No ano, o crescimento do índice foi de 1,85% e nos últimos 12 meses terminados em agosto houve evolução de 1,72%.
No Paraná, foram geradas 5.352 vagas em agosto contra 12.259 no mesmo mês do ano passado, o que representa uma queda de 56,34% no saldo de empregos, na série com ajuste. De janeiro a agosto, o Estado gerou 71.405 empregos e nos últimos 12 meses 57.976 vagas. O resultado do mês passado no Paraná foi o pior para este mês desde 2003. O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, disse que as demissões na indústria tiveram peso no resultado. No mês, o nível de emprego cresceu 0,19%, no ano 2,63% e nos últimos 12 meses 2,13%.
O que segurou o emprego no Estado em agosto, assim como no Brasil, foi o setor de serviços com a criação de 4.187 vagas. Comércio veio em seguida com 1.333 empregos. A indústria continuou a demitir e fechou 193 postos de trabalho. Os segmentos da indústria que mais demitiram no Paraná no mês passado foram material de transporte (-968 vagas), indústria de material elétrico e de comunicação (-347) e indústria mecânica (-322). Quem mais contratou foi a indústria de alimentos e bebidas (1.108 vagas) e madeira e mobiliário (470 vagas).
Avaliação
O ministro Manoel Dias (Trabalho) afirmou que há um "pessimismo" na economia, mas que a despeito disso o Brasil está criando vagas como nenhum outro país. Ele admitiu que há problemas a serem enfrentados, grande parte deles decorrentes da crise internacional.
"Não podemos resolver em 12 anos o que se deixou de fazer em 500. A crise não foi gerada por nós. Apesar da crise, somos país campeão da geração de emprego e manutenção de salário acima da inflação", afirmou. "Apesar de toda essa campanha pessimista, de criar uma imagem de que o país está quebrado, que domina a economia brasileira, o país gera emprego", completou.
Fonte: Folha de Londrina, 12 de setembro de 2014.