A produção industrial brasileira avançou 2,9% em janeiro, frente a dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Na comparação com janeiro de 2013, a atividade industrial teve queda de 2,4%. A mediana das projeções de 31 analistas ouvidos pela Reuters era de alta de 2,5%. Os prognósticos oscilaram de 1% a 3,2%.

A indústria acelerou sua produção em janeiro, com alta em todas as categorias de uso e em 17 dos 27 ramos pesquisados. A indústria de bens de capital, um dos indicadores de investimento, teve alta de 10% frente a dezembro, enquanto bens de consumo avançaram 1,2%.

— Há uma aceleração de atividade da indústria, com alta de 2,9%, após queda acumulada de 4,6% em novembro e dezembro. Mas ainda há espaço a ser recuperado frente ao menor dinamismo observado nos últimos dois meses de 2013 — disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

A alta na passagem entre dezembro e janeiro foi puxada pela indústria farmacêutica, com salto de 29,4% na produção, por veículos automotores, aumento de 8,7%, e máquinas e equipamentos, que avançaram 6,4%.

O aumento de 10% da produção de bens de capital em janeiro foi influenciado pela retomada da produção de caminhões, que tinha sido afetada pelas férias coletivas em dezembro. A taxa de 10% é a mais alta desde junho de 1997, quando subira 14,5%, e interrompeu dois meses de taxas negativas, com queda acumulada de 15%.

Já na comparação com janeiro de 2013, o recuo de 2,4% da indústria foi influenciado principalmente pela queda de 14,4% na produção de veículos automotores. Houve menor produção em cerca de 90% dos itens que compõem o grupo.

Todas as categorias de uso registraram queda na produção frente a janeiro do ano passado, mesmo movimento observado em 19 dos 27 ramos pesquisados.

Queda de bens de capital foi maior em dezembro

O IBGE revisou a queda da produção industrial em dezembro de 3,5% para 3,7%, na comparação com novembro. O resultado de alta de 1,2% da atividade em 2013 não foi alterado.

Foi revisado ainda o recuo da produção de bens de capital em dezembro, frente a novembro, de 11,6% para 12,2%. A queda em bens intermediários também foi maior que a anteriormente estimada, de 3,9% para 4,2%.

A taxa de bens de consumo duráveis passou de queda de 3% para 4,4%, enquanto o recuo de bens de consumo semi e não duráveis se manteve inalterado em 2,3%.

 

Fonte: O Globo, 11 de março de 2014.